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Alison dos Santos está na decisão dos 400 m com barreiras no Mundial de Doha

Ele venceu a sua série nas semifinais

O jovem atleta Alison Brendom dos Santos, de 19 anos, está na decisão por medalhas nos 400 m com barreiras, em seu primeiro Mundial adulto. O paulista de São Joaquim da Barra venceu neste sábado (28/9) a primeira série da semifinal, no Estádio Internacional Khalifa de Doha, no Catar, com 48.35, sua melhor marca pessoal e recorde sul-americano sub-20. A final dos 400 m com barreiras será às 16:40 (horário de Brasília) e fecha o programa de provas desta segunda-feira (30/9).

O Brasil está em mais três finais, do salto com vara, com Thiago Braz e Augusto Dutra, e do revezamento 4×400 m misto, nova prova do programa olímpico.

Alison (Pinheiros) ganhou a série nos últimos 200 metros exibindo muita tranquilidade. Na classificação geral foi o segundo colocado – só ficou atrás do vencedor da segunda semifinal, o norueguês Karsten Warholm (48.28). O turco Yasmani Copello foi o terceiro no geral, com 48.39.

“A gente almejava uma final. Gostei do tempo, que foi muito bom, meu PB e recorde sul-americano, só que cometi erros e o tempo poderia ser melhor.” Disse que a tranquilidade que aparenta vem de muito “treino”. “Quando você se prepara sabe o que fazer. A melhor opção é treinar.” Sua expectativa para a decisão é boa. “Quero fazer uma boa marca, uma boa corrida. Me ensinaram e aprendi que quando se está numa final são oito chances de medalha e recorde”, acrescentou.

Alison disse que quando começou a temporada de 2019 a sua programação inicial não visava Doha. “A gente não sabia como seria o ano, mas depois que corri 48.80 no GP Brasil, passou uma competição para eu vir e correr bem.” 

Os brasileiros Artur Terezan (FECAM), com 51.52, e Márcio Teles (Orcampi), com 51.02, não avançaram às semifinais dos 400 m com barreiras.

Paulo André Camilo de Oliveira (Pinheiros), na raia 6, correu ao lado do norte-americano Christian Coleman, na 5, mas ficou em quarto na primeira série, com 10.14 (- 0.3 m/s). Coleman fez 9.98 e se qualificou para a decisão de medalhas nos 100 m, mas Paulo André não avançou. “Ele (Coleman) tem uma saída muito forte e eu até reagi muito bem, mas não consegui concluir bem a prova. Por falta de maturidade acho, fiz força demais e fiquei. Vi que estava tudo embolado, menos o Coleman”, disse Paulo André.

Mas Paulo André, de 21 anos, disse que “foi legal a experiência em seu primeiro Mundial” em uma prova individual e agora quer virar a página e focar no revezamento 4×100 m. “Dei o meu máximo, mas foi isso. A gente trabalha muito, mas é tocar o barco, aprender o que aconteceu hoje e pensar na próxima fase. Nossa prova principal é o 4×100 m”, acrescentou. 

O mais rápido das três séries na qualificação geral dos 100 m foi justamente Christian Coleman, o único a obter uma marca abaixo dos 10 segundos.

As brasileiras Vitória Rosa e Rosângela Santos (ambas do Pinheiros) não passaram para as semifinais dos 100 feminino. Ambas ficaram em quinto correndo em séries diferentes. Vitória Rosa saiu mal e apesar de boa aceleração cruzou em 11.41 (-0.1 m/s). “Estou feliz pela temporada, não tenho do que reclamar”, disse Vitória que ganhou três medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Lima, Peru (bronze nos 100 m, prata nos 200 m e ouro no 4×100 m). “Tive de diminuir os meus treinos, mas fiz tudo o que era possível para chegar aqui bem e mesmo sem ter ido para a semifinal estou feliz”, disse Vitória Rosa, que foi atrapalhada por uma pequena lesão. “Agora a força é total no 4×100 m. Tem de estar confiante, entrar a 100%.”

Rosângela Santos, que foi a final dos 100 m no último Mundial, com 10.91, não sabia dizer ao certo o erro que cometeu na corrida – “acho que foi nas primeiras passadas”. Completou a prova em 11.32 (-0.3 m/s). “Ainda tem revezamento e é treinar para isso agora”, disse Rosângela.

A jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce foi a mais rápida no geral na qualificatória com 10.80 (-0.2 m/s).

Thiago Braz e Augusto Dutra (ambos do Pinheiros) avançaram para a final no salto com vara. O campeão olímpico Thiago Braz saltou 5.75 m e ficou na quarta posição. Augusto Dutra conseguiu se qualificar em 10º, com 5.70 m. Em primeiro, Sam Kendricks, dos Estados Unidos, também fez 5,75 m. 

“Fiz bons saltos, de primeira, mas sempre tem aquele nervosismo com a qualificação. Mas deu tudo certo e é pensar na final mesmo. A gente quer lutar por medalha, mas tudo depende do que vai acontecer e de como eu vou me sentir. Acho que vai ser uma boa competição”, afirmou Thiago Braz. “A estreia foi boa, faltou um pouquinho ali nas tentativas de 5,75 m, mas os erros que cometi agora vou consertar para a final. Estou numa crescente e o mais importante com constância no resultado”, disse Augusto Dutra.

A decisão do salto com vara será no dia 1 de outubro, terça-feira, às 14:05 (de Brasília).

Revezamento misto – O Brasil também avançou para a final na nova prova do programa olímpico, que estará em disputa pela primeira vez nos Jogos de Tóquio, Japão, em 2020, o revezamento 4×400 m misto. 

Numa prévia neste Mundial de Doha, correndo com Anderson Henriques (Sogipa), Tiffani Marinho (Orcampi), Geisa Coutinho (Pinheiros) e Lucas Carvalho (FECAM) o Brasil foi o segundo na série e o sexto na qualificação geral, com 3:16.12, novo recorde sul-americano (a marca anterior era 3:18.26, do próprio Brasil). Os Estados Unidos, em primeiro no geral, bateram o recorde mundial, com 3:12.42. A decisão da prova será neste domingo (29/9), às 16:35.

“O primeiro objetivo foi alcançado que era classificar para a final, com recorde sul-americano. Agora é voltar para o hotel descansar, conversar com o treinador, ver o que poderemos ajeitar na prova e fazer uma boa final”, disse Anderson. “Me recuperei, me preparei para estar aqui com o grupo com o objetivo de ir à final e quebrar o nosso próprio recorde. A tendência é melhorar mais ainda”, acrescentou Geisa.

A decisão do 4×400 m será neste domingo (29/9), às 16:35.

Maratona – A premiação da maratona foi realizada neste sábado (28/9), com o ouro para a queniana Ruth Chepngetich (2:32:43), prata para Rose Chelimo, Bahrein (2:33:46) e bronze para Helali Johanes, Namibia (2:34:15). Apenas 40 atletas completaram a prova de 42 km e 195 m, disputada sobre condições climática extremas – Valdilene dos Santos Silva (Pinheiros) em 30º (2:59:00) e Andreia Hessel (Pinheiros) em 36º (3:06:13).

dungo

Jornalista, corredor e admirador da cidade maravilhosa

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