A equipe do Esportes de A à Z conferiu de perto o 4o dia de competição
Com exclusividade, o Esportes de A à Z esteve em Paulo de Frontin no interior do estado do Rio de Janeiro no último domingo (22) e acompanhou uma tarde nos 1000 km – Brasil que você acompanha em nossa cobertura diária com o que acontece nessa que é a maior ultramaratona do Brasil. Como é uma prova dessas?
Saindo da cidade maravilhosa até o local da corrida, são cerca de 2 horas de estrada passando pela rodovia Presidente Dutra até o acesso da cidade de Paracambi, onde você cruza por dentro dela para pegar a RJ-127 e um pouco mais adiante acessar a entrada de Paulo de Frontin até a rodoviária e de lá após uma curva a direita, seguir até o Lago Azul onde a prova esta sendo realizada.
Para dar um ingrediente extra, a chuva não parava de cair e a temperatura estava baixa. Uma forte neblina não permitia com que pudéssemos ver muito adiante no percurso o que poderia estar acontecendo na outra ponta do circuito e em alguns momentos, nem a palma a sua frente era visível, o que torna ainda mais difícil fazer alguma imagem ou filmar.
E imagina um percurso com lama para tudo o que é lado e muitas poças de água? Esse é o cenário que encontramos por lá! Nos dois primeiros dias do desafio que duram 10, os atletas percorreram este mesmo percurso com terra seca, um sol de rachar que até subia poeira do piso de terra batida e depois a chuva mudou o clima e trouxe o frio junto.
Como se pode ver, não é um ambiente fácil para se encarar um desafio, ainda mais em 10 dias em que você não pode sair do local de prova, dorme em barracas, mas em compensação tem todas as refeições já incluídas e não está longe do hospital da cidade, caso seja necessário uma remoção de lá.
Que tipo de corredor encara uma prova dessas?
Você deve ai estar pensando: Quem são esses malucos que estão encarando uma prova de 1000 km? A resposta é uma só! não existe corredor em início de carreira nessa brincadeira. Todos já fizeram ao menos uma ultramaratona de no mínimo 180 km devidamente provado, se não nem poderia participar.
Outro ponto comum é que o corredor com menor experiência ali, tem já 8 a 10 anos praticando a corrida e subindo pouco a pouco. Começou nos 5k, migrou para os 10, 21, 42k e então chegaram a ultramaratona e continuaram subindo a distância.
19 atletas largaram e restam 6
Da edição do ano passado, temos o Luiz Trequim que completou os 1000 km em terceiro lugar, Leonardo Seabra que parou com 756 km e José Cassio costa que fez 329 km seguem firme na disputa. Marlene de Freitas,Magda Chagas, Paulo José da Silva, Peter Correa Rosa e Manuel Alves Barbosa voltaram para tentar completar a prova e por diversos tipos de problemas, tiveram que abandonar.
Este ano, entraram Lohan Felix Gregório, Adriano da Guia Mello e Fabiana Antunes que seguem ainda na disputa. Elienai Carlos da Cunha, Mauricio Pamplona, Alex Munarim, Felipe Ribeiro, Oscar Ubaldo, Barbagallo Alejandro e Djlama Gomes também tiveram que sair dos 1000 km por diversos motivos.
O melhor é notar que mesmo sendo uma competição, o clima é muito amistoso entre os participantes. Não é raro achar eles conversando entre si para ajudar a passar o tempo, como também um motivar o outro a continuar na pista e cumprir o mínimo de 85 voltas ao dia que é exigido para a permanência nos 1000 km – Brasil.
Os motivos dos abandonos
Dos atletas que saíram da competição, a maioria foi por lesões adquiridas antes de começar os 1000 km. Tanto que 5 deles saíram ainda no segundo dia. E os outros com um misto das duras condições da prova e não resistiram ao desgaste que a prova cobra. E isso é algo que pode acontecer com qualquer um de nós até em pequenas corridas quando não nos preparamos corretamente ou em casos de acidentes.
Mas em uma prova de 1000 km, as consequências podem se tornar ainda mais graves, já que o tempo de recuperação de uma competição dessas é muito mais longo que de uma corrida de 5 a 10 km onde só um gelo e descanso resolve a maioria dos problemas. A volta de um atleta desses pode levar meses!
Mas por que esses atletas sabendo disso tudo estão por lá? Ai entra o lado positivo da história. Já ouviram falar na tal superação? Algo que escutamos muito em redes sociais? Todos ali tem a sua história de vida para contar, puxada principalmente pelo seu organizador o ultramaratonista Marcio Villar que já dobrou as principais competições do Brasil e do mundo, restando apenas a de neve que promete buscar no próximo ano e tem seu nome gravado no livro dos recordes. Por sinal, quem completar o desafio, fará distâncias maiores que as dele.
E certamente cada um deles será motivo de inspiração de persistência e provar que é alguns impossíveis podem se tornar possíveis se realmente você desejar e acima de tudo trabalhar para tornar realidade algum objetivo.
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