Campos e Quadras

Aldemir Junior está na semi dos 200 m e 4×400 m misto garante vaga olímpica no Mundial

O velocista avançou por tempo e pode melhorar na próxima fase

O velocista Aldemir Junior avançou para a semifinal dos 200 metros rasos no Estádio Internacional Khalifa, com 20.44 (0.8 m/s) na qualificação, neste domingo (29/9), no Mundial de Doha, Catar. Aldemir correu na raia 7, na quarta de sete séries e teve de esperar o final de todas as baterias para saber que estava classificado por tempo. Adam Gemili (GBR) fez a melhor marca no geral, com 20.08 (0.5 m/s). O revezamento 4×400 m misto garantiu vaga olímpica para os Jogos de Tóquio 2020, neste terceiro dia de competições no Mundial de Atletismo.

Aldemir (Pinheiros), que treina com Vania Ferreira Valentino da Silva, não chegou perto de sua melhor marca nos 200 m – 20.13, feita em julho deste ano de 2019 em Segóvia, na Espanha. “No finalzinho, senti um leve desequilíbrio, mas não sei se fui tocado, mas isso fez com que o meu tempo aumentasse. Fico um pouco chateado de não ter repetido minha melhor marca ou feito um tempo próximo da minha melhor marca. Mas não é pela pressão do evento. É chegar e fazer”, disse o carioca Aldemir, de 27 anos.

A semifinal dos 200 m será nesta segunda-feira (30/9), a partir das 14:50 (horário de Brasília).

Já Paulo André Camilo de Oliveira (Pinheiros), treinado por Camilo Oliveira, que correu na primeira série não avançou para a semifinal. Fez 20.75 (0.5 m/s) – sua melhor marca na distância este ano é de 20.29, feita em abril, em Claremont (EUA). “É minha prova também, embora eu tenha treinado mais para os 100 m este ano. Mas eu vim para fazer uma boa prova e não consegui. Mas não tem desculpa nenhuma. Entrei dei o meu máximo e vou continuar lutando”, afirmou Paulo André. 

Agora, o foco principal dos velocistas do Brasil passa a ser o revezamento 4×100 m. “É claro que eu tinha os meus objetivos individuais, mas a nossa realidade é o 4×100 m. Então agora, o foco principal é esse”, acrescentou. 

Vaga olímpica – No revezamento 4×400 m misto, o Brasil correu pela ordem com Lucas Carvalho (FECAM), Tiffani Marinho (Orcampi), Geisa Coutinho (Pinheiros) e Alexander Russo (Orcampi) – o treinador da prova na seleção é Evandro Lazari. O Brasil ficou na oitava colocação (3:16.22), com um tempo menor pior que o da qualificação, quando o time foi 6º no geral e bateu o recorde sul-americano, com 3:16.22. Na qualificação, o Brasil teve Anderson Henriques (Sogipa), Geisa Coutinho, Tiffani Marinho e Lucas Carvalho.

Mesmo assim, o grupo comemorou principalmente a conquista da vaga olímpica para os Jogos de Tóquio 2020. “O bom é que o nosso revezamento vem crescendo e a tática a gente adquire com campings, treinamentos. O objetivo aqui foi cumprido, que era classificar a equipe para os Jogos Olímpicos e conseguimos”, afirmou Geisa Coutinho.

“Cumprimos o objetivo de classificar para os Jogos Olímpicos. As principais equipes fazem isso e parece uma tática certeira correr com homem, mulher, mulher, homem e provavelmente vamos manter isso”, observou Alexander Russo. “Temos condições totais de correr ainda mais rápido, perto de 3:15, 3:14 para os Jogos Olímpicos”, acrescentou.

Os Estados Unidos levaram a medalha de ouro no 4×400 m misto com recorde mundial, em 3:09.34, a Jamaica ganhou a prata (3:11.78) e o Bahrein o bronze (3:11.82).

Almir Júnior (Sogipa), que treina com José Haroldo Loureiro, o Arataca, não foi bem no salto triplo – queimou as duas primeiras tentativas e se desequilibrou na terceira (15,01 m), não avançando na decisão por medalha. “Não era o resultado que eu esperava, mas estou sempre somando coisas novas no aprendizado. Eu tenho aprendido muito e quero levar tudo isso para Tóquio”, acentuou Almir.

Christian Taylor, dos Estados Unidos, levou o ouro no triplo com 17,92 m (0.9 m/s) e seu compatriota Will Claye ficou com a prata (17,74 m, 0.9). O bronze ficou com Hugues Fabrice Zango, de Bukina Faso (17,66 m, 0.5).

O rei do peso – O catarinense Darlan Romani, segundo colocado no Ranking Mundial da IAAF no arremesso do peso, já está em Doha – chegou sábado à noite (28/9) no Catar vindo da Espanha. O arremessador estava participando de um camping de treinamento em León, juntamente com o seu técnico cubano Justo Navarro.

Darlan é apontado como uma grande possibilidade de conquista de medalha no Mundial. A qualificação será no dia 3 de outubro e a final no dia 5. “Sou o meu maior rival e o importante é dar o meu máximo nas grandes competições”, disse Darlan, ganhador do ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima (PER).

O brasileiro, que surpreendeu ao ficar em quinto lugar nos Jogos Olímpicos Rio 2016, com 21,02 m, agora está entre os melhores de toda a história, com 22,61 m, marca obtida em Palo Alto, no dia 30 de junho, nos Estados Unidos. Darlan chega a Doha talvez em um dos melhores momentos da carreira e aspira lutar por um lugar no pódio, mas alerta que é preciso ter consciência de que “qualquer erro pode custar muito caro”.

Marcha atlética 50 km – A brasileira Elianay Pereira concluiu os 50 km da marcha atlética em 16º lugar, com 5:11:26. O pódio foi formado pelas chinedas Rui Liang (4:23:26) e Maocuo Li (4:26:40) e pela italiana Elionora Anna Giorgi (4:29:13)

Erica de Sena foi 4ª colocada nos 20 km marcha

A pernambucana Erica Rocha de Sena teve uma boa performance na disputa da marcha atlética 20 km no Mundial de Doha, Catar, correndo sempre no pelotão dianteiro, mas enfrentou a equipe da China e ficou em quarto lugar, bem perto da medalha de bronze, com 1:33:36. A prova, que começou a um minuto para a meia noite local, foi realizada num circuito montado em Corniche, região turística de Doha, à beira mar no golfo pérsico, com temperatura de 32 graus (sensação de 37) e umidade de 75.2. 

A brasileira Viviane Lyra (FECAM) foi desqualificada, após advertências da arbitragem.

O pódio teve as chinesas Hong Liu (1:32:53) com o ouro, Shemjiie Qieyang (1:33.10) com a prata e Liujing Yang (1:33:17) com o bronze.

“Faltou um pouquinho para eu ganhar uma medalha para o Brasil”, disse a brasileira, que ficou a 29 segundos do bronze. “É a segunda vez que isso acontece. E estou fazendo tudo o que tenho de fazer”, disse Erica, que também foi quarta colocada no Mundial de Londres, em 2017.

 

dungo

Jornalista, corredor e admirador da cidade maravilhosa

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