A família Pupo reinou nas duas etapas mais importantes da “perna europeia” com Miguel vencendo o QS 10000 da Espanha e Samuel entrando no G-10 agora no EDP Billabong Pro Ericeira
Mais uma vez, deu Brasil em outra etapa com status máximo do WSL Qualifying Series, com a família Pupo reinando nos eventos mais importantes da “perna europeia”. Miguel tinha vencido o QS 10000 de Pantin, na Espanha, agora, seu irmão mais jovem, Samuel, 19 anos apenas, festeja sua primeira vitória da carreira no QS 10000 EDP Billabong Pro Ericeira em Portugal. O australiano Stu Kennedy impediu uma decisão verde-amarela na Praia Ribeira D´Ilhas, barrando o catarinense Yago Dora nas semifinais, mas Samuel Pupo manteve a hegemonia de títulos brasileiros em todas as quatro etapas do QS 10000 esse ano. Com a vitória, Samuca saltou do 39.o para o nono lugar no ranking, sendo o sexto brasileiro entre os dez primeiros colocados, que se classificam para o World Surf League Championship Tour.
“Foi uma semana realmente incrível, com altas ondas neste campeonato. Tivemos todos os tipos de condições para competir e estou muito feliz pela minha primeira vitória no QS”, disse Samuel Pupo. “Estou muito feliz por estar aqui com meu irmão (Miguel Pupo) e todos os meus amigos, que sempre me ajudaram e torceram por mim. Foi incrível o apoio deles em cada bateria. O Stu (Kennedy) é um ótimo surfista e a bateria foi tensa até o fim. Mesmo faltando apenas três minutos, eu sabia que ele era capaz de obter a nota que precisava para me vencer. Mas, felizmente isso não aconteceu e eu consegui minha primeira vitória”.
Samuel Pupo é o atual campeão sul-americano Pro Junior da WSL Latin America, completou 19 anos de idade na sexta-feira e conseguiu entrar no QS 10000 Abanca Galícia Surf Classic Pro na Espanha, substituindo um atleta que cancelou sua participação. Ele ficou em nono lugar em Pantin, repetiu o resultado no QS 6000 Azores Airlines Pro na semana passada lá mesmo em Portugal, agora consegue sua primeira vitória da carreira e logo numa etapa do QS 10000, que são decisivas na definição das dez vagas para a elite dos top-34 da World Surf League. Ele saltou do 39.o para o nono lugar no ranking, tirando o australiano Liam O´Brien do G-10.
“É uma loucura como as coisas acontecem tão rapidamente no surfe”, disse Samuel Pupo. “Eu nem quero pensar em qualificação para o CT, pois ainda tenho muitas coisas para conseguir, antes de chegar no Havaí. Eu, agora, só quero mesmo ir para casa ver minha família, descansar um pouco para voltar ao trabalho mais instigado ainda. Eu procurei não colocar muita pressão em cima de mim nestes eventos aqui da Europa, tentei me divertir mais na água e acho que isso foi fundamental para as coisas acontecerem a meu favor”.
O jovem brasileiro não deu qualquer chance ao bem mais experiente australiano Stu Kennedy, que fez parte da elite do CT em duas temporadas e precisava da vitória para entrar no G-10. Ambos começaram a decisão do título com notas na casa dos 6 pontos nas direitas de 4-6 pés do domingo sem ventos na Praia Ribeira D´Ilhas.
Samuca depois encaixou nas séries e pegou duas ondas muito boas para fazer uma combinação agressiva de grandes manobras e ganhar notas 8,50 e 8,07, que praticamente lhe garantiram a vitória. O australiano, ao contrário, não foi feliz na escolha das ondas e o máximo de nota que conseguiu depois foi 6,70. Assim, Samuel Pupo foi declarado campeão do QS 10000 de Ericeira por 16,57 a 12,80 pontos.
“Eu tentei a vitória até o fim, pois você não pode desistir nunca, se estiver na final”, disse Stu Kennedy. “Eu espero poder voltar ao CT e causar algum estrago lá em cima. Adoraria fazer o Tour junto com o Connor O´Leary (AUS), porque me concentrei bastante em ajudá-lo e seria ótimo entrar junto com ele. Só que os brasileiros conquistaram o mundo com tantas vitórias nos campeonatos mais importantes e agora nós estamos apenas tentando acompanhar”.
DOMINIO BRASILEIRO – Realmente, o Brasil está literalmente dominando mais do que nunca o Circuito Mundial da World Surf League nesta temporada. No CT, os principais concorrentes ao título de 2019 são Gabriel Medina e Filipe Toledo, que vão abrindo vantagem na liderança do Jeep Leaderboard. E no QS, já são quatro brasileiros na frente, todos com mais de 20.000 pontos no ranking, que praticamente garantem vaga entre os dez indicados para o CT 2020.
O catarinense Yago Dora poderia assumir a ponta se passasse para a final, mas perdeu para Stu Kennedy e ficou em segundo no ranking com 22.460 pontos, ainda atrás dos 22.500 do potiguar Jadson André, com os paulistas Alex Ribeiro em terceiro com 21.580 e Miguel Pupo em quarto lugar com exatos 21.000 pontos. Samuel Pupo agora é o nono colocado com 17.140 e o décimo é outro paulista, Deivid Silva, que no momento dispensa a vaga do ranking de acesso, por estar entre os top-22 do CT que são mantidos na divisão de elite.
Yago Dora está em último neste grupo, mas agora já encaminhou sua permanência pelo CT, com os quatro brasileiros só aguardando o anúncio oficial da World Surf League confirmando suas classificações antecipadas, antes das duas etapas do QS 10000 da Tríplice Coroa Havaiana, que irão fechar a temporada na ilha de Oahu. Yago ficou muito perto de fazer a primeira final brasileira nos QS 10000 deste ano. Ele tinha a maior nota da bateria, 8,80, mas Stu Kennedy ganhou quase a nota exata que precisava para vencer em sua última onda, 6,50. Ela selou a vaga do australiano para a grande final por 14,00 a 13,80 pontos.
“Meu objetivo era conseguir me qualificar para o CT do próximo ano e acredito que fiz isso, então estou superfeliz mesmo não passando pra final”, disse Yago Dora. “Dói um pouco chegar tão perto e não passar pra final, mas o Stu (Kennedy) vinha surfando muito bem e mereceu isso. Ontem (sábado), pensei que tinha perdido a bateria quando faltavam 30 segundos, mas passei. Agora aconteceu de novo e dessa vez perdi, então é mais uma lição para aprender de nunca desistir e ter fé até o fim”.
HEGEMONIA BRASILEIRA – Yago Dora é um dos brasileiros que venceram todas as etapas com status máximo do WSL Qualifying Series esse ano. O primeiro QS 10000 foi o Ballito Pro, encerrado com vitória do paulista Deivid Silva, sobre o australiano Jack Freestone na África do Sul. O segundo foi o Vans US Open na Califórnia, onde Yago Dora ganhou de Alex Ribeiro nas semifinais e bateu mais um australiano na decisão em Huntington Beach, Liam O´Brien.
Depois vieram as duas provas da “perna europeia”, onde a família Pupo reinou absoluta. Primeiro com Miguel Pupo ganhando a final do Abanca Galícia Surf Classic Pro do norte-americano Jake Marshall, que impediu uma decisão brasileira ao barrar o potiguar Jadson André nas semifinais. O mesmo aconteceu agora na vitória de Samuel Pupo no EDP Billabong Pro Ericeira, com o australiano Stu Kennedy ganhando a segunda vaga na final de Yago Dora.
PRÓXIMAS ETAPAS – Com o cancelamento do QS 3000 de São Sebastião, na Praia de Maresias, as próximas etapas importantes do WSL Qualifying Series são as duas do QS 10000 que vão fechar a temporada na Tríplice Coroa Havaiana. A primeira é o Hawaiian Pro nos dias 13 a 24 de novembro em Haleiwa Beach. A outra é a Vans World Cup of Surfing, de 25 de novembro a 7 de dezembro em Sunset Beach. Essas duas provas irão definir a lista dos dez indicados para completar a elite dos top-34 que vai disputar o título mundial da World Surf League em 2019.
Após a “perna europeia”, seis brasileiros estão entre os dez primeiros colocados no ranking. Os únicos que estão conseguindo um lugar entre os irmãos Pupo no G-10, Miguel em quarto lugar e Samuel em nono, são o norte-americano Jake Marshall na quinta posição, o português Frederico Morais na sexta, o francês Jorgann Couzinet na sétima e o australiano Connor O´Leary na oitava. Outro australiano, Matt Banting em 11.o lugar, e o havaiano Barron Mamiya em 12.o, fecham a lista dos dez no momento, porque Yago Dora e Deivid Silva estão garantindo suas permanências na elite entre os top-22 do CT e dispensando a vaga do QS.
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