Campos e Quadras

Darlan Romani e 4×100 m ficam em 4º no Mundial de Doha com boas performances

Atletas participaram de competições que foram muito acima de média

Meninos quebraram o recorde sul-americano. Crédito: Wagner Carmo/CBAt

O Brasil registrou o melhor resultado de sua história no revezamento 4×100 m masculino, com 37.72, quebrando o recorde sul-americano que durava 19 anos, com Rodrigo Nascimento, Vitor Hugo dos Santos, Derick de Souza e Paulo André Camilo de Oliveira, mas terminou em quarto lugar, no penúltimo dia de disputas do Mundial de Atletismo de Doha, Catar, no Estádio Internacional Khalifa. A medalha de ouro ficou com os Estados Unidos, em 37.10, o melhor tempo do ano e a segunda melhor marca do mundo de todos os tempos depois dos 36.84 da Jamaica de Usain Bolt, nos Jogos de Londres-2012.

A medalha de prata ficou com a Grã-Bretanha (37.36) e a de bronze com o Japão (34.43), ambos com recordes de área – Europa e Ásia, respectivamente. 

O Brasil também assegurou qualificação para a Olimpíada de Tóquio, Japão, em 2020, ao terminar o Mundial entre os oito melhores. A seleção brasileira do 4×100 m já havia igualado o recorde sul-americano na qualificação em Doha – a marca de 37.90 era do Brasil, dos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, e tinha 19 anos. 

“Hoje os Estados Unidos acertaram, mas a gente veio com esse pensamento de melhorar, sabia do nível da competição e da nossa qualidade. Conseguimos correr na casa dos 37 (segundos). Ficamos felizes com tudo o que aconteceu na temporada, não só com o revezamento, mas também no individual. Vou enaltecer esse resultado de quarto, correndo bem. Vamos treinar para os Jogos Olímpicos, que é o nosso principal ponto”, disse Rodrigo Nascimento (Orcampi), que treina com Victor Fernandes.

Paulo André (Pinheiros) repetiu que todos os atletas ficaram felizes com a marca, mas queriam mais. “Somos uma equipe qualificada, o resultado foi muito bom, a gente ‘amassou’ o recorde. Corremos bem – e temos quatro atletas prontos para correr na casa dos 9 (segundos). É continuar melhorando individualmente para virmos bem novamente em Tóquio”, ressaltou Paulo André, que treina com Carlos Camilo de Oliveira, seu pai. 

“No aquecimento hoje conseguimos ajustar o que a gente errou nas passagens na qualificação. E dentro da prova também e, por isso, o resultado. Agora é pensar nos Jogos Olímpicos”, disse Derick, que treina com Felipe de Siqueira, também o técnico do 4×100 m na seleção.

“Infelizmente a medalha não veio, mas o recorde veio. Percebi que a gente estava bem na perna, confiante e o resultado foi um recorde sul-americano fantástico. Trabalhamos muito para chegar até aqui. Agora é pensar no Mundial Militar e no ano que vem, de estarmos bem nos Jogos Olímpicos”, acrescentou Vitor Hugo (Orcampi), que treina com Vitor Fernandes. Os Jogos Mundiais Militares serão realizados em Wuhan, na China, a partir do dia 18.

Em nome do grupo Rodrigo agradeceu a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e aos familiares. E Paulo André acrescentou agradecimentos as Forças Armadas e aos patrocinadores.

Para Tóquio-2020 Paulo André disse que o revezamento 4×100 m deve continuar a evoluir. “A gente combinou de melhorar individualmente, treinar muito para isso, e também treinamos muito com o revezamento para fazer boas marcas. Continuem confiando na gente, Tóquio é logo ali e vamos vir com tudo.”

Catarinense chegou perto de medalha. Crédito: Wagner Carmo/CBAt

Darlan Romani tem boa performance no peso – O brasileiro Darlan Romani (Pinheiros) foi um dos protagonistas da final mais forte do arremesso do peso em um Mundial de Atletismo e ficou sem medalha na última rodada. Darlan fez uma excelente prova, foi consistente – arremessou 21,61 m, 22,53 m, 22,03 m e 22,13 m (queimou as duas últimas tentativas) -, mas terminou em quarto lugar. 

Darlan, de 28 anos, nascido em Concórdia, Santa Catarina, duelou com o norte-americano Rayn Crouse, campeão olímpico no Rio-2016, e o neozelandês Tomas Walsh, campeão mundial em Londres-2017, até o quinto arremesso. E com a marca de 22,53 m tinha o terceiro lugar no pódio até o norte-americano Joe Kovacs, que vinha em quarto lugar e não tinha arremessado ainda acima de 22 m, surpreender e ficar com a medalha de ouro, com a incrível marca de 22,91 m na sua última tentativa – recorde do campeonato.

Rayn Crouse ganhou a medalha de prata, com 22,90 m, também no último arremesso, sua melhor marca pessoal. Tomas Walsh, da Nova Zelândia, levou o bronze, com 22,90 m, na sua primeira e única tentativa válida na prova – recorde da Oceania. 

“Não tem muito o que falar, mas amanhã a batalha continua e a gente sabe que tem de trabalhar mais ainda para chegar nessas marcas”, disse Darlan. “Eu estava tranquilo porque o que a gente tinha planificado para o ano (com o treinador Justo Navarro) era arremessar acima de 22 m no Pan e de 22,50 m no Mundial. E deu certinho. Ficar fora do pódio com 22,53 m? Incrível! Meu treinador falou que 22,50 m seria medalha no Mundial. Quem diria, 22,90 m!  Mas…vamos em frente”, acrescentou Darlan, que tem como melhor marca pessoal 22,61 m, o recorde sul-americano, obtido na etapa de Stanford da Liga Diamante, realizada em 30 de junho.

Mas Darlan disse que ainda pode evoluir e agradeceu o apoio de seus patrocinadores e apoiadores, do COB e CBAt, da mulher Sara, da filha Alice, da mãe, do irmão, do treinador e agradeceu a torcida brasileira. “Queria muito levar uma medalha para casa, o nosso Brasil merece, precisava de uma medalha, mas infelizmente não deu, mesmo com 22,53 m.”

Salto em distância – Eliane Martins (Pinheiros) não se classificou para a final do salto em distância. A atleta brasileira, que treina com Nélio Moura, fez a marca de 6,50 m (0.2 m/s) na qualificação e terminou em 15º no geral. A melhor atleta da etapa foi Malaika Mihambo, com 6,98 m (0.5 m/s). 

“Achei bom o primeiro salto, mas queimei, por bem pouco. No segundo eu me perdi. No terceiro, arrisquei e não consegui. Eu esperava ir para uma final, acho que 6,55 m daria. Não era uma marca tão forte porque fiz uma boa temporada. Tive duas lesões, antes do Pan, e agora na coxa, antes do Mundial, que atrapalharam um pouco”, disse Eliane, que estabeleceu sua melhor marca na prova este ano – 6,74 m -, em San Diego (EUA).

dungo

Jornalista, corredor e admirador da cidade maravilhosa

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