Aquáticos

Kelly Slater faz história com vitória no mar

(Crédito: ©WSL / Tony Heff)

Oitavo título em Pipeline foi conquistado após 30 anos do primeiro

O onze vezes campeão mundial Kelly Slater escreveu mais um capítulo emocionante na história do maior ídolo de todos os tempos. No mar épico do sábado, com ondas de 8-12 pés em Pipeline, ele surfou tubos incríveis para colecionar a sua 56.a vitória em etapas do World Surf League Championship Tour, com o maior placar do Billabong Pro Pipeline, 18,77 a 12,53 pontos do havaiano Seth Moniz. O seu oitavo título no templo sagrado do esporte, veio depois de 30 anos do primeiro conquistado em 1992. Os brasileiros ficaram nas semifinais e começam a temporada em terceiro lugar, com Miguel Pupo perdendo para Slater e Caio Ibelli para Moniz.

Quem larga na frente do ranking é Kelly Slater, que vai completar 50 anos de idade no dia 11 de fevereiro, quando começa o prazo da próxima etapa do WSL Championship Tour 2022, o Hurley Pro Sunset Beach, também na ilha de Oahu, no Havaí. A última vitória de Kelly tinha sido em 2016 nos tubos de Teahupoo, no Taiti. Já em Pipeline, o último título foi 8 anos atrás, em 2013. O sábado foi mais um dia de ondas espetaculares e as condições estavam muito perigosas para as mulheres competirem. As semifinais femininas ficaram então para o domingo, com a primeira chamada marcada para as 7h50 no Havaí, 14h50 no Brasil.

“Eu nem sei o que dizer. Eu estava lá dentro apenas dizendo a mim mesmo para curtir cada momento, não importa quanta tensão houvesse, tinha só que respirar”, disse Kelly Slater. “Eu até pensei que o Seth (Moniz) tinha virado, pelo barulho da torcida, mas disse a mim mesmo para viver cada momento. Não achei por nenhum segundo, que a vitória estava garantida e, se o Seth vencesse, seria uma grande vitória para ele. Eu dediquei minha vida a tudo isso, então tentei apenas aproveitar e esta é uma das melhores vitórias da minha vida”.
O caminho para a 13.a final de Kelly Slater em Pipeline foi pelos tubos do Backdoor. Só contra Kanoa Igarashi no primeiro duelo do sábado, Kelly tirou sua maior nota – 7,67 – nas esquerdas de Pipe. Depois, somou um 8,33 nas direitas para derrotar Miguel Pupo, que cometeu uma interferência no início da semifinal. E foi também no Backdoor, que Kelly fez o maior placar do Billabong Pro Pipeline, na decisão do título com Seth Moniz. O havaiano chegou em sua primeira final no CT, também surfando tubos incríveis para derrotar o bicampeão mundial John John Florence nas quartas de final e Caio Ibelli nas semifinais.

“Falei com o Seth (Moniz) antes da final, para irmos surfar porque era isso que o público queria ver, que era para isso que viemos surfar Pipeline”, disse Kelly Slater. “Eu tinha me sentido um pouco estranho na bateria com o Miguel (Pupo), embora tenha achado que eu estava no lugar certo. Eu não gosto de ganhar assim, especialmente em Pipeline quando está bom, que você quer ter uma batalha um com o outro”.

DECISÃO DO TÍTULO – A grande final teve 40 minutos de duração e começou com uma série gigante vinda do segundo reef de Banzai Pipeline. Slater pega uma morra no Backdoor, Seth entra numa onda cavernosa também em Pipeline e ambos caem. Aos 10 minutos, Kelly dropa no Backdoor, fica entocado lá dentro, as placas vão caindo, ele anda muito no tubo e consegue sair, para largar na frente com nota 9,00. 10 minutos depois, ele faz outro tubão incrível no Backdoor para somar 7,17 e Moniz segue falhando em suas ondas.
Enquanto o havaiano fica com a prioridade de escolher a próxima, Slater pega outro longo tubo no Backdoor e troca o 7,17 por 8,17. Seth enfim acha um tubo em Pipeline, mas sai quase deitado na espuma e só recebe 3,10. Faltando 2 minutos, Kelly vai de novo pro Backdoor num drop muito atrasado, bota pra dentro, some na cortina d´água e ressurge em pé, para selar a vitória com nota 9,77. Seth Moniz também surfa um tubaço no Backdoor que vale 9,43, fechando o placar em 18,77 x 12,53 pontos. O havaiano abraça o maior ídolo do esporte e sai do mar para carregar ele nos ombros pelas areias, atravessando a multidão até o pódio.

“Tivemos um momento especial antes da nossa final, com ele (Kelly Slater) me dando força para entrar na bateria, porque eu estava bem cansado. Mas, foi muito especial compartilhar uma final com ele aqui em Pipeline”, disse Seth Moniz. “Honestamente, eu me senti privilegiado vendo-o surfar embaixo de mim e, toda onda que ele pegava era 8, 9, então eu ficava tipo: oh meu Deus, aqui vamos nós. Eu estava muito cansado e cometi alguns erros graves, mas foi uma honra fazer uma final com ele”.

dungo

Jornalista, corredor e admirador da cidade maravilhosa

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