Estradas e Ruas

Daniel Nascimento e Amanda Aparecida vencem meia maratona do Rio. Evento foi marcado por falhas na organização

Crédito: Daniel Werneck

Ele certamente veio na maldade! Daniel Nascimento, o Danielzinho venceu a Meia Maratona do Rio (21km) com o tempo de com o tempo de 1h01min03s melhor da história no Brasil e o quarto da América do Sul e superando o queniano Micah Kipkosgei Chemweno que chegou 3 minutos depois. A largada foi na Praia do Leblon as 6:30 com chegada no Aterro do Flamengo em frente a Marina da Gloria e o tempo estava bem agradável.

Com apenas 23 anos, Danielzinho completou sua quarta meia maratona na vida. “A nossa meta de fazer o melhor tempo de meia maratona em solo nacional foi alcançada e também estou satisfeito pelo meu novo recorde pessoal na distância” – Disse.

Os cariocas terão mais uma oportunidade de ver o atleta em ação. Ele estará no Engenhão disputando os 10 mil metros no Troféu Brasil como convidado na sexta (24) as 17:50 com entrada gratuita.

No feminino, o pódio foi 100% brasileiro com Amanda aparecida em primeiro lugar com 1h18min29s com Larissa Marcelle Quintão em segundo com 1h19min55s.

Enquanto lá na frente tivemos o melhor tempo de um brasileiro, na galera que veio de tudo o que é lugar do Brasil para participar da prova, não pode saborear da mesma forma com diversos problemas de organização.

O Esportes de A à Z foi convidado da organização e relata as dificuldades que passamos para completar esta meia maratona com alguma sugestão de solução.

Retirada do kit:

A entrega do kit parecia bem promissora. A Marina da Glória se tornou a casa da corrida com o seu amplo espaço, tão bom quanto o antigo e muita gente para atender o público. Tinha tudo para ser uma retirada rápida e poder curtir a expo. Mas bastou a nossa inscrição ter tido um problema no sistema que a situação se tornou caótica e de requerer bastante paciência. Fomos no primeiro dia e ainda na parte da manhã e só saímos um bom tempo depois.

Ao não ter o nome no sistema, você é redirecionado para uma outra fila mas bastante demorada! Era apenas uma pessoa para atender mais de 30 pessoas ao mesmo tempo de um site de inscrição e havia outra para outro com outras 20 e uma terceira pessoa que depois que seu nome constatava no sistema, te atribuía um numeral novo para só então liberar seu kit. Esse processo todo levou 1h30min se tornando uma situação bem desconfortável. Eu era o único local nessa fila, o demais madrugaram para participar vindo de outras regiões.

É preciso que na próxima edição da Maratona do Rio se tenha mais gente para resolver esses possíveis problemas no sistema de inscrição. Mas passada essa primeira experiência, vamos falar da corrida em si.

A largada

Um dos benefícios que usamos foi por estar inscrito era usar o metrô de graça oferecido junto. A entrada foi facilitada e ter aquele vagão lotado de corredores, deu para começar a entrar no clima de fato (Lamentável não darem essa facilidade aos que fazem jus a prova pela largada ser 5h e só abrir as 7h). Ao chegar na Antero de Quental, notei um movimento de transportar banheiros químicos de uma área vip para qualquer um puder usar. Será que estavam em menor quantidade? (é comum corredor precisar dele). E na orla indo em direção ao posto 12, havia outros banheiros com grandes filas como sempre.

Um dos pontos solicitados pela organização na inscrição era a previsão do tempo de conclusão de prova, o que geraria um numero de peito com uma determina cor e que determinaria seu ponto de largada e seu horário. Não haviam staffs controlando o acesso e nem parecia haver de fato alguma divisão entre as cores. Resultado? Cada um largou onde quis e havia aquela mistura de gente mais devagar e rápido que acaba dificultando a fluidez de todos.

Nesse ponto a organização precisa ter algum tipo de controle para permitir que todos possam largar com gente que tenha ritmo parecido e facilitar a estratégia individual. Que se for deixar o atleta fazer essa parte, nunca irá funcionar.

Crédito: Ana Paula/Street Runners

Percurso

Somos saudosistas do antigo percurso que saia da Praia do Pepê e terminava ainda no inicio do Aterro, ainda mais pelo desafio de cruzar o túnel do Joá e encarar a subida da Niemayer logo em seguida. Mas com largada no Leblon e termino no Aterro facilita bastante a logística podendo usar o metrô e outros meios de transporte com um curto deslocamento de onde estão a maioria dos hotéis da cidade.

Hidratação/sinalização/pontos de apoio

Se teve algo que a Maratona do Rio acertou, foram nestes quesitos. Conforme estava no mapa indicado no site, os postos estavam posicionados corretamente. As placas de Km estavam bem visíveis, bem como no trecho próximo ao fórum onde os staffs indicavam onde estavam os quebra-molas e onde deveríamos ter cuidado. Ainda nessa área, a sinalização estava perfeita nas curvas que deveríamos seguir antes de voltar ao Aterro para linha de chegada.

Chegada problemática

Sem contar o problema que tivemos para retirada do kit, aqui foi onde a organização dimensionou mal o tamanho de seu próprio evento. Ao cruzar a linha de chegada, mal havia espaço para caminhar e logo uma multidão te travava. Era uma curva para acessar a entrada da Marina da Glória e logo estava o ponto de retirada da medalha que estava bem confuso e faltando gente para agilizar a retirada.

No que você sofria para pegar a medalha na ciclovia , era outro funil para conseguir chegar onde estavam distribuindo a hidratação e conseguir chegar onde estavam as assessorias. Mas ainda não era hora de comemorar.

Guarda-volumes

Posicionado na saída do metrô Antero de Quental que facilitou demais na largada, na dispersão foi um problema. Os ônibus responsáveis pelo serviço não haviam chegado quando completamos. E assim como a crise que afeta o setor, a espera por eles durou mais de 40 minutos e era aquele desespero para conseguir pegar seus pertences e sair do evento.

Esse era um ponto que antes da pandemia era de praxe, mas que nos últimos anos tinha sido sanado, mas voltou a acontecer nesta edição de 2022.

Quanto a dispersão, é interessante a organização fazer ela na pista do próprio Aterro, nem que para isso faça uma pequena modificação no percurso de 500m a 1km esticando a virada na Avenida Antônio Carlos com um pequeno labirinto se fazem questão que seja a chegada em frente a Marina da Glória ou voltar ao ponto de onde era até 2019 onde essa cena não acontecia. Quanto ao guarda-volumes, é preciso voltar a estabelecer horário limite para a entrega como já foi no passado para que do primeiro ao último, a retirada ser rápida.

Nossa experiência

Esta foi nossa 15o participação na Maratona do Rio. Tirando a edição do ano passado feita ainda no inicio da retomada da pandemia onde optamos por não participar, estivemos nas outras edições e fica mais fácil comparar a experiência vivida hoje (18) com as anteriores.

A nota que damos ao nosso desempenho é 8. Nossa corrida foi feita de acordo como planejado com a assessoria Street Runners, nossa parceira há 12 anos. Fizemos um trabalho de volta de lesão há menos de um mês e sabendo que não ia ser possível alcançar tempos feitos em anos anteriores, foi feita uma programação para concluir em 2h01min e foi atingida com perfeição.

Apesar de novos patrocinadores e nova casa, a Maratona do Rio teve uma queda na qualidade de seu evento, ao menos na meia maratona que é realizada na véspera do filé mignon do evento, aguardando o depoimento dos amigos que estarão participando nas outras distâncias e que iremos acrescentar neste espaço.

Aguardados contato com a organização para esclarecer os problemas relatados em nosso depoimento com as possíveis melhoras para o ano que vem.

O dia seguinte (atualização em 19/06)

Segundo diversos relatos de quem participou das provas deste domingo (19), o mesmo problema voltou a acontecer na linha de chegada e com uma dificuldade extra, a chuva.

Quem correu nos 5 e 10 km logo era imprensado na passarela do Aterro e depois se juntava com aqueles que vinham dos 42 km que vinham da outra pista e que gerou dificuldade para retirada da medalha correta. Os relatos que esse processo durou mais de 30 minutos, incluindo ter que abrir passagem nesse pequeno corredor para a passagem da ambulância em atendimento de emergência.

Fica claro que a ideia da organização era que os atletas aproveitassem os shows e outras atrações na Marina da Glória e acabou sendo extremamente mal executado. Nessa situação, a maioria deve ter preferido ir embora.

dungo

Jornalista, corredor e admirador da cidade maravilhosa

Recent Posts

Circuito Beach Tennis confirma 1ª etapa da sexta temporada em 2025 com novidades

1ª etapa acontece em janeiro na Riviera de São Lourenço (SP) com inscrições já abertas.…

3 dias ago

Com presença de Thomaz Koch, Projeto Tênis na Lagoa realiza a 21ª Festa de Natal e presenteia mais de duzentas crianças carentes

Projeto faz vaquinha virtual para seis atletas disputarem o Circuito Rota do Centro-Oeste em janeiro 

6 dias ago

Atletas de Campinas sobem no pódio na Copa do Mundo de Beach Tennis

Terminou com êxito, neste domingo, a temporada dos atletas do CT Lucas Sousa, de Campinas…

6 dias ago

Vitafor amplia participação no Beach Tennis e anuncia apoio a equipe de atletas juvenis e mais três tops no profissional

Empresa é a que mais patrocina no esporte e chega ao número de 30 atletas…

1 semana ago

Marcelo Ferreira faz história com máxima certificação de encordoadores

Marcelo, natural de Uberaba (MG), se tornou um dos 19 do mundo e obter a…

1 semana ago