Campos e Quadras

Casal Danielzinho e Grazielli vencem os 10 mil metros

Crédito: Wagner Carmo/CBAt

Quando Mo Farah venceu os 10 mil metros nos jogos olímpicos do Rio no Engenhão em 2016, Daniel Nascimento era um mero expectador. Quase seis anos depois dessa conquista e na mesma pista, ele voltou para vencer a mesma prova no Troféu Brasil e diferente da prova olímpica, dominou praticamente de ponta a ponta com o tempo de 28min40s em sua melhor marca pessoal colocando praticamente uma volta no segundo colocado Wendel Jeronimo Souza que terminou com 29min28s. Esse é seu terceiro título na competição.

Seu sonho era competir no Rio e acabou saindo com duas vitórias por aqui nessa passagem. No sábado (18) passado venceu a Meia Maratona do Rio com o tempo de 1h01 estabelecendo a segunda melhor marca de um brasileiro nos 21km.

“Meu sonho era meu sonho competir no Rio e tive duas oportunidades seguidas. E aqui ajuda o muito o clima na questão da umidade e do ar, já que nessa temporada não estava tão quente. Já tinha vindo aqui em outras oportunidades e vi o Mo Farah cair na minha frente e vencer. Foi uma honra correr na mesma pista que ele venceu e espero voltar a competir por aqui outras vezes” – Comentou.

Danielzinho fez sua melhor marca nos 10 mil metros. Crédito: Wagner Carmo/CBAt

Desde maio de 2021 que ele não competia em pista quando venceu o sul-americano de Guayaquil focando seu treino na rua, tanto que nem índice para participar tinha e acabou entrando como convidado da CBAt por falta de índice e por 40s, quase bateu o recorde de Marilson dos Santos também estabelecido no Rio em 2009.

Ambas as provas que competiu no Rio visaram sua preparação para a maratona do mundial em Oregon, nos Estados Unidos que será disputada mês que vem. Nos últimos tempos, ele tem vivido no Quênia, onde estão os melhores de sua prova.

“Lá é o país do atletismo. As crianças se inspiram nos grandes atletas da modalidade como os daqui se inspiram nos do futebol. As vezes estou treinando e elas te acompanham o que é um incentivo a elas. Quando saí daqui, estava treinando sozinho e lá pude treinar em grupo o que me ajudou no meu crescimento, já que é uma estratégia comum a eles. Tanto que em Seul, estavam todos os meus amigos o que me ajudou bastante e só no final que acelerei para vencer. Venho crescendo nesse tempo e eles estão de olho de em mim, tanto que me chamam de criança da maratona” – Comentou.

Nascido a 28 de julho de 1998, Daniel correu sua primeira maratona em maio de 2021, quando venceu em Lima, no Peru, garantindo qualificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, com 2:09:04. Em 2021 também venceu os 10.000 m do Campeonato Sul-Americano de Guayaquil, no Equador.

Em abril de 2022 correu a quarta prova de 42,195 km da carreira, a Maratona de Seul, na Coreia do Sul, em 2:04:51, superando a marca de 2:06:05 que era de Ronaldo da Costa para bater os recordes brasileiro e sul-americano. Agora é o primeiro não-africano na lista dos melhores do mundo.

Grazielli Zarri, noiva de Danielzinho também venceu os 10 mil metros. Crédito: Wagner Carmo/CBAt

A festa de Danielzinho ficou completa já que sua noiva, Grazielli Zarri também venceu nos 10 mil metros feminino com o tempo de 33min49s em uma prova bem disputada até os último metros com sua parceira de equipe do Pinheiros Jenifer do Nascimento Silva que fechou a prova 33min51s.

“Estou treinando para a meia maratona, mas corri bem os 10.000 m. Já havia corrido a Meia de Lisboa e em agosto vou disputar a Meia de Buenos Aires” – contou.

Desde janeiro morando na cidade que fica a 2.800 m acima do nível do mar, Graziele, que teve ótimos desempenhos nas categorias de base de cross country, disse que teve muitas dificuldades de adaptação nos dois primeiros meses. “Senti muita saudade de minha família, dos meus amigos, sofri com os efeitos da altitude. Tudo isso mexeu com a minha cabeça”, lembrou Graziele. “O Daniel me ajudou muito, assim como eu o ajudo. Ele é uma atleta de alto nível e ele me dá bronca, cobra meus treinos”, completou a atleta que recebe a planilha do técnico Clodoaldo Lopes do Carmo, que mora em Bragança Paulista.

dungo

Jornalista, corredor e admirador da cidade maravilhosa

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