Crédito: Felipe Duest
O cenário não poderia ter sido melhor. O maior torneio em casa com torcida a favor na quadra central. Foi assim que Thomaz Bellucci se despediu do tênis após uma batalha de 1h35min contra o argentino Sebastian Baez, atual 35 do mundo. O placar ficou em 2 sets a 0 com parciais de 6/3 e 6/2 e saiu ovacionado pela torcida que o apoiou durante o jogo e também ao longo da sua carreira.
Um pouco do que foi a partida de hoje
Após a partida em coletiva de imprensa, Bellucci contou suas impressões sobre sua carreira como jogador, o futuro e algumas dicas para quer seguir no tênis.
Homenagem após o jogo
Eu sabia que ia ter alguma coisa, mas não sabia as emoções que estavam por vir. Foi muito legal ver todos os amigos do circuito e você cai na real muito rápido. estou feliz com tudo o que aconteceu e satisfeito com o que conquistei.
Projeto para ser treinador
Tenho conversado com treinadores e empresários que estão em projetos e quero montar um lugar que possa botar minhas ideias de como era jogador. Espero continuar no tênis e poder passar minha experencia em novos atletas. Ainda tenho visão de jogador e tenho que mudar esta perspectiva. pretendo viajar bem menos, mas ainda estar envolvido nesse mundo”.
Sobre quando foi o n.1 do Brasil
foi difícil sentir o peso nas costas na época em que eu levava o tênis sozinho e sempre colocavam muita expectativa em cima de mim. De certa maneira, consegui retribuir isso, mesmo não sendo bom para mim e tive que saber me virar nesse tipo de pressão. Um bom exemplo na Davis ter levado o Brasil a chave principal junto com os duplistas.
As lesões e o inicio de fim de carreira
As lesões nos últimos anos foi algo difícil para mim, principalmente nos últimos anos e vi que não podia mais conseguir ser o que eu era. O esporte pede algo mais físico hoje em dia e muitos acabam desistindo por isso.
O que vai mais sentir falta e o que vai sentir menos falta no tênis
O que vou sentir falta é algo que vivi hoje, esse carinho da torcida. E o que não vou sentir falta é fisioterapia e essas viagens todas que fazia. Perdi muita coisa da minha família como aniversários, algo que você abre mão no alto rendimento. Mas o saldo todo é que termino feliz e vi que valeu a pena.
Sobre não ter o reconhecimento de muitos
Não preciso me preocupar com o reconhecimento e isso é algo que vem de fora. Foi difícil o que eu fiz e principalmente em nosso país. No inicio foi perrengue para entrar nos torneios com vários sacrifícios e consegui dar uma segurança a minha família. Nada veio de graça e tive que correr atras.
Conselhos que daria ao Bellucci hoje se tivesse no inicio de carreira
A primeira é se agastar daqueles que não se importavam comigo. Uma segunda seria aproveitar bem mais, algo que faltou e também valorizar quem esta contigo sempre e quem se importa com você, principalmente que estejam na sua equipe como treinadores, preparadores físicos, nutricionistas, psicólogos e outros.
Conquistas:
Bellucci acumulou os melhores resultados de um tenista brasileiro nas chaves de simples desde Gustavo Kuerten, o Guga. Foram quatro títulos de ATP 250: Gstaad (2009 e 2012), Santiago (2010) e Genebra (2015). No Rio Open, fará sua sétima participação, com destaque para a vitória sobre o japonês Kei Nishikori, top 5 do mundo em 2017, e o vice campeonato de duplas ao lado de Rogério Dutra em 2019.
O tenista também tem jogos históricos contra Rafael Nadal nas quartas de final dos jogos Rio 2016, Novak Djokovic quando chegou a aplicar um 6 a 0 nele e Roger Federer quando o venceu em jogo de pré-temporada em 2012. Ele, que chegou a ocupar o 21º lugar do ranking da ATP, em 2010, hoje aparece em 917º na lista. Foram poucos os torneios disputados desde 2019 quando começaram a aparecer uma sequencia de lesões e em 2021, começou a ensaiar o adeus e escolheu o torneio do Rio para ser sua grande despedida.
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