O handebol, um esporte coletivo de ritmo acelerado, teve suas raízes estabelecidas na Europa no final do século XIX. Criado como uma alternativa ao futebol durante os meses mais frios do inverno, o handebol rapidamente ganhou popularidade devido à sua natureza dinâmica e envolvente. Acredita-se que o moderno handebol teve início na Dinamarca, graças aos esforços de Holger Nielsen, um professor de educação física que estabeleceu as primeiras regras formais do jogo em 1898.
Nielsen, além de ser um pioneiro, também era um entusiasta do esporte que procurava criar uma atividade que pudesse ser praticada em espaços internos. A sua versão inicial do handebol, conhecida como “haandbold”, envolvia sete jogadores de cada lado e era jogada em quadras menores, o que promovia uma ação rápida e constante. As regras estabelecidas por Nielsen proporcionaram uma base sólida para o desenvolvimento do esporte nos anos seguintes.
A Alemanha desempenhou um papel crucial na disseminação e evolução do handebol. Nos anos 1920, o professor Karl Schelenz adaptou as regras de Nielsen, introduzindo o handebol de campo, que era jogado ao ar livre com equipes de onze jogadores. Este formato do jogo foi rapidamente adotado e popularizado na Alemanha e em outros países europeus. Em 1928, o handebol foi incluído nos Jogos Olímpicos de Verão de Amsterdã como um esporte de demonstração, o que ajudou a aumentar ainda mais sua visibilidade internacional.
Com o passar do tempo, o handebol se expandiu para outros continentes, encontrando adeptos na Ásia, África e América do Sul. A Federação Internacional de Handebol (IHF) foi fundada em 1946, consolidando as regras e promovendo a competição organizada em nível mundial. Hoje, o handebol é um esporte global, jogado por milhões de pessoas em todo o mundo, com campeonatos internacionais que atraem a atenção de fãs e atletas de diversas culturas e origens.
O handebol é um esporte dinâmico e emocionante, disputado por duas equipes de sete jogadores cada, incluindo um goleiro. O objetivo principal do jogo é marcar gols na baliza adversária, utilizando apenas as mãos para passar e arremessar a bola. As partidas de handebol são divididas em dois tempos de 30 minutos cada, com um intervalo de 10 minutos entre eles. Em caso de empate, a prorrogação ou os tiros de sete metros podem ser utilizados para determinar o vencedor.
A quadra de handebol possui dimensões específicas: 40 metros de comprimento por 20 metros de largura. As áreas dos gols, que têm 6 metros de raio, são espaços reservados onde apenas os goleiros podem atuar. Os jogadores de linha precisam lançar a bola para o gol a partir de fora desta área, tornando o jogo mais estratégico e desafiador.
As principais técnicas utilizadas pelos jogadores incluem passes, dribles, arremessos e fintas. O passe é essencial para manter a posse de bola e envolver os companheiros de equipe. O drible permite aos jogadores avançar com a bola, enquanto os arremessos são executados com precisão e força para marcar gols. As fintas ajudam a enganar os adversários e abrir espaço na defesa.
Além das técnicas, as equipes utilizam diversas estratégias, como o jogo rápido de transição, a defesa em zona ou individual, e as jogadas ensaiadas. A comunicação entre os jogadores e a capacidade de adaptação durante o jogo são fundamentais para o sucesso da equipe.
O handebol de quadra e o handebol de praia, embora semelhantes, apresentam diferenças significativas. O handebol de praia é jogado em uma quadra de areia menor, com equipes de quatro jogadores cada. As regras são adaptadas para a superfície, incluindo a possibilidade de marcar gols a partir de jogadas acrobáticas, que valem pontos extras. A dinâmica do jogo de praia é mais rápida e exige maior agilidade dos jogadores.
O handebol fez sua estreia nos Jogos Olímpicos como um esporte de demonstração em Berlim, em 1936. Naquela ocasião, a modalidade ainda era praticada ao ar livre, em campos de grama, e a Alemanha conquistou a medalha de ouro. No entanto, o handebol moderno, jogado em quadras fechadas, só foi incluído oficialmente no programa olímpico a partir de 1972, nos Jogos de Munique, para os homens. Quatro anos depois, em 1976, nas Olimpíadas de Montreal, o handebol feminino também passou a fazer parte do evento.
Ao longo dos anos, as regras do handebol passaram por diversas mudanças para se adaptar às exigências do esporte moderno. A padronização das quadras, a introdução do relógio de 30 segundos para a execução de um ataque, e as alterações nas regras de substituição de jogadores são exemplos de ajustes que ajudaram a tornar o jogo mais dinâmico e atrativo para o público. Estas mudanças não apenas aprimoraram a experiência dos espectadores, mas também garantiram maior segurança para os atletas.
O handebol olímpico tem sido marcado por desempenhos excepcionais de várias seleções, que não só acumularam medalhas, mas também estabeleceram dinastias. No cenário masculino, a França se destaca como uma das mais bem-sucedidas. Conhecida como “Les Experts”, a seleção francesa conquistou o ouro olímpico em 2008 e 2012, além de várias medalhas em campeonatos mundiais e europeus. Sob a liderança do técnico Claude Onesta e com jogadores icônicos como Nikola Karabatić, a França mostrou um estilo de jogo dinâmico e uma defesa impenetrável.
A Dinamarca também é uma potência no handebol masculino, tendo conquistado o ouro nos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. Liderada pelo técnico Nikolaj Jacobsen e com estrelas como Mikkel Hansen, a equipe dinamarquesa é conhecida por sua eficiência ofensiva e estratégias bem elaboradas. A combinação de habilidades individuais e trabalho em equipe tem sido a chave para o sucesso dinamarquês.
Já no handebol feminino, a Noruega é uma verdadeira força dominante. Com três ouros olímpicos (2008, 2012 e 2020) e múltiplos títulos mundiais e europeus, a seleção norueguesa, sob a liderança de Thorir Hergeirsson, tem mostrado consistência e excelência. Jogadoras como Nora Mørk e Heidi Løke têm sido fundamentais para o sucesso da equipe, que é conhecida por sua rápida transição de defesa para ataque e táticas inovadoras.
A Rússia, tanto no masculino quanto no feminino, também tem uma história rica no handebol olímpico. A seleção feminina russa, por exemplo, venceu o ouro nos Jogos de 2016, enquanto a masculina tem várias medalhas em sua trajetória. Treinadores como Evgeny Trefilov têm moldado equipes que combinam força física e habilidades técnicas, tornando a Rússia uma adversária formidável.
O maior destaque do Brasil foi em 2013 quando o time feminino se sagrou campeã mundial invicto de forma surpreende. Comandado por Alexandra Nascimento, pela goleira Babi e Duda Amorim que foi MVP do torneio, a seleção venceu a Sérvia, dona da casa por 22 a 20. Em olímpiadas, a melhor posição do time feminino foi o 5o lugar. Já o time masculino, foi 7o na mesma olimpíada e ganhou o Pan do Rio em 2007.
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