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O que é halterofilismo paralímpico? Como entraram para os jogos paralímpicos? Classes funcionais e atletas de destaque

O que é halterofilismo paralímpico?

O halterofilismo paralímpico é uma modalidade esportiva adaptada para atletas com deficiências físicas. Esta disciplina específica do levantamento de peso é caracterizada pelo uso de um banco de supino, onde os competidores devem levantar o maior peso possível, comparado ao seu próprio peso corporal. O esporte é rigorosamente regulamentado para garantir a segurança e a equidade nas competições.

Uma das principais diferenças entre o halterofilismo paralímpico e o convencional é a posição dos atletas. No halterofilismo paralímpico, os competidores realizam os levantamentos deitados em um banco, em vez de em pé. Isso se deve às várias deficiências físicas que podem afetar a capacidade de um atleta de ficar em pé ou de se movimentar de maneira similar à dos atletas sem deficiência

As regras do halterofilismo paralímpico são claras e detalhadas. Cada atleta tem três tentativas para levantar o peso mais pesado possível. A performance é avaliada por um painel de árbitros que verifica a execução correta do movimento e a estabilidade do peso levantado. A técnica utilizada é crucial, com ênfase no controle, força e equilíbrio, fatores que são rigorosamente observados durante a competição.

Estreia nos jogos paralímpicos

O halterofilismo paralímpico teve sua estreia nos Jogos Paralímpicos de Tóquio em 1964, sendo inicialmente uma competição exclusiva para homens. A introdução deste esporte foi um marco significativo, refletindo o crescente reconhecimento das capacidades atléticas das pessoas com deficiência e a busca por uma maior inclusão nos eventos esportivos globais.

Uma mudança significativa no halterofilismo paralímpico ocorreu no ano 2000, quando as mulheres foram oficialmente incluídas na competição durante os Jogos Paralímpicos de Sydney. Esta inclusão não só ampliou a participação, mas também elevou o perfil do esporte, promovendo a igualdade de gênero e oferecendo às mulheres com deficiência uma plataforma para demonstrar sua força e determinação.

Classes Funcionais

No halterofilismo paralímpico, a classificação funcional dos atletas é um aspecto crucial para assegurar uma competição justa e equilibrada. As classes funcionais são determinadas com base na natureza e no grau da deficiência física dos participantes. O objetivo é garantir que os atletas compitam em condições de igualdade, tendo em conta suas capacidades funcionais específicas.

As competições são destinadas a atletas com deficiência física nos membros inferiores, baixa estatura e paralisia cerebral. Assim como na competição tradicional, os atletas são também divididos por peso. No masculino -49kg, -54kg, -59kg, -65kg, -72kg, -80kg, -88kg, -97kg, -107kg e +107kg e no feminino -41kg, -45kg, -50kg, -55kg, -61kg, -67kg, -73kg, -79kg, -86kg e +86kg.

Atletas de destaque

No universo do halterofilismo paralímpico, alguns atletas se destacam não apenas por suas conquistas, mas também pelas histórias inspiradoras de superação e resiliência. Entre os nomes mais proeminentes, está o nigeriano Paul Kehinde, conhecido por seus impressionantes recordes mundiais. Kehinde, que compete na categoria até 65 kg, conquistou o ouro nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro em 2016 com um levantamento de 220 kg, estabelecendo um novo recorde mundial. Sua trajetória é marcada por uma determinação inabalável, superando adversidades para se tornar um ícone no esporte.

Outro destaque é a egípcia Randa Mahmoud, que compete na categoria até 86 kg. Mahmoud é uma das poucas mulheres a ultrapassar a marca dos 140 kg em competições oficiais. Com uma carreira repleta de medalhas de ouro em campeonatos mundiais e paralímpicos, ela é uma inspiração para muitas atletas, demonstrando que o halterofilismo paralímpico também é um espaço de grande destaque feminino.

Evânio Rodrigues é o destaque brasileiro na modalidade. Crédito: Ale Cabral/CPB

No cenário nacional, o brasileiro Evânio Rodrigues se destaca como um dos principais nomes do halterofilismo paralímpico. Competindo na categoria até 88 kg, Rodrigues conquistou a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro em 2016. Sua história de vida é um exemplo de perseverança, tendo começado no esporte após um acidente que resultou na amputação de sua perna. Desde então, Rodrigues tem se dedicado ao halterofilismo, alcançando resultados expressivos e servindo de inspiração para outros atletas.

dungo

Jornalista, corredor e admirador da cidade maravilhosa

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