O judô paralímpico é uma modalidade adaptada do judô convencional, criada para atletas com deficiência visual. Esta prática esportiva, que combina técnica, força e estratégia, proporciona uma oportunidade única para pessoas com diferentes graus de deficiência visual competirem em igualdade de condições. Assim como no judô tradicional, o judô paralímpico valoriza princípios como a disciplina, o respeito e a perseverança.
Além disso, os árbitros desempenham um papel fundamental no judô paralímpico. Eles são treinados para entender e reconhecer as necessidades específicas dos atletas, garantindo que as competições sejam conduzidas de maneira justa e respeitosa. As adaptações nas regras são pensadas para minimizar qualquer desvantagem que possa surgir devido à deficiência visual dos competidores.
O judô paralímpico fez sua estreia nos Jogos Paralímpicos de Seul, em 1988, inicialmente destinado apenas a competidores masculinos. Este evento marcou um ponto de virada significativo na história do esporte, evidenciando um movimento crescente em direção à inclusão e à igualdade no esporte. Desde então, o judô paralímpico tem evoluído continuamente, com uma série de marcos importantes moldando seu desenvolvimento. Somente em 2004 que a competição feminina entrou para os jogos paralímpicos.
No judô paralímpico, a classificação dos atletas é baseada no grau de deficiência visual, a fim de assegurar uma competição justa e equilibrada. Existem três classes funcionais principais: J1 e J2. Cada uma dessas classes é destinada a diferentes níveis de visão residual e cada classe tem regras e adaptações específicas para atender às necessidades dos atletas.
A classe J1 é para cegos totais ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância
Já na classe J2, são para atletas que conseguem definir imagens
Outra divisão no judô paralímpico é quanto a categoria de peso.
O judô paralímpico tem sido palco de histórias de superação e conquistas notáveis, com atletas que não apenas se destacam em competições, mas também inspiram novas gerações. Entre os nomes mais notáveis, destacamos Antônio Tenório, um dos maiores judocas paralímpicos da história. Tenório, que perdeu a visão aos 13 anos, conquistou quatro medalhas de ouro consecutivas em Jogos Paralímpicos, começando em Atlanta 1996. Sua trajetória é um exemplo de resiliência e dedicação, demonstrando que as limitações físicas não são barreiras intransponíveis.
Outro atleta de destaque é a brasileira Lúcia Araújo, que se tornou uma referência no judô paralímpico feminino. Com uma carreira marcada por determinação e talento, Araújo conquistou a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, emocionando o público com sua garra e técnica apurada.
No cenário internacional, destaca-se a britânica Chris Skelley, que começou no judô antes de perder a visão aos 19 anos. Skelley não deixou que a deficiência visual interrompesse sua carreira e, com muito esforço, alcançou a medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. Suas conquistas têm um impacto significativo na promoção do judô paralímpico no Reino Unido, incentivando a inclusão e a diversidade no esporte.
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