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O Que é Curling? Como Entrou para os Jogos Olímpicos de Inverno? Curling de Cadeira de Rodas

O curling é um esporte de equipe que envolve deslizar pedras de granito sobre uma superfície de gelo em direção a um alvo marcado no gelo. Suas origens remontam ao século XVI na Escócia, onde registros históricos indicam que o esporte era jogado em lagos congelados. Ao longo dos séculos, o curling evoluiu significativamente, tanto em termos de técnica quanto de equipamentos, consolidando-se como um esporte de precisão e estratégia.

Os principais componentes do curling incluem a pedra, a vassoura e o rink, que é a área de jogo. A pedra, geralmente feita de granito, pesa cerca de 20 kg e é deslizada pelos jogadores em direção ao alvo, conhecido como “casa”. A vassoura é utilizada para varrer o gelo à frente da pedra, influenciando sua trajetória e velocidade. O rink é a superfície de gelo onde o jogo ocorre, medindo aproximadamente 45,72 metros de comprimento e 4,75 metros de largura.

As regras básicas do curling são relativamente simples, mas o jogo em si exige grande habilidade, precisão e estratégia. Cada equipe é composta por quatro jogadores, e o objetivo é deslizar as pedras de maneira que elas parem o mais próximo possível do centro da casa. Durante uma partida, as equipes alternam turnos, e a pontuação é determinada pela proximidade das pedras ao alvo ao final de cada rodada

A prática do curling requer uma combinação única de habilidades, incluindo força física para lançar as pedras, coordenação e precisão para controlar sua trajetória e trabalho em equipe para varrer o gelo de forma eficaz. Além disso, o curling promove um ambiente social e cooperativo, onde a comunicação e a colaboração entre os membros da equipe são essenciais para o sucesso.

História do Curling nos Jogos Olímpicos de Inverno

O curling fez sua primeira aparição nos Jogos Olímpicos de Inverno em 1924, em Chamonix, França. No entanto, essa participação inicial não foi de imediato reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Somente em 2006, o evento de Chamonix foi oficialmente reconhecido como parte do programa olímpico, conferindo retrospectivamente medalhas às equipes vencedoras. Mesmo assim, o caminho para o reconhecimento pleno do curling como esporte olímpico foi longo e marcado por desafios.

Após a aparição inicial em 1924, o curling foi excluído dos Jogos Olímpicos, voltando apenas como esporte de demonstração em várias edições, incluindo Lake Placid 1932, Calgary 1988 e Albertville 1992. Finalmente, em Nagano 1998, o curling foi reintegrado ao programa olímpico de forma oficial, tanto para homens quanto para mulheres. Esta reintegração foi o resultado de intensa advocacia por parte de federações de curling e países onde o esporte era popular, como Canadá, Suécia e Grã-Bretanha.

Desde então, o curling tem evoluído em termos de regras e formato. A introdução de novas tecnologias, como pedras com sensores e sistemas de cronometragem mais precisos, ajudou a modernizar o esporte. Além disso, mudanças nas regras, como a introdução da “Free Guard Zone” para incentivar jogadas mais estratégicas, tornaram o curling mais emocionante e acessível para o público.

Momentos memoráveis no curling olímpico incluem a vitória histórica da equipe feminina canadense em Salt Lake City 2002 e a surpreendente vitória da equipe masculina dos Estados Unidos em Pyeongchang 2018. Figuras icônicas como Kevin Martin, Anette Norberg e Eve Muirhead deixaram uma marca indelével no esporte com suas habilidades e liderança.

Nações como Canadá e Suécia têm tradicionalmente dominado o curling olímpico, refletindo a profundidade e a qualidade de seus programas de treinamento e desenvolvimento. Outros países, como Suíça, Noruega e Grã-Bretanha, também têm se destacado, contribuindo para a crescente popularidade e competitividade do curling nos Jogos Olímpicos de Inverno.

Dinâmica e Táticas do Curling

O curling é um esporte estratégico e técnico, jogado no gelo, onde duas equipes de quatro jogadores competem para posicionar pedras de granito o mais próximo possível do centro de um alvo marcado no gelo, conhecido como “house”. Cada jogador em uma equipe assume uma posição específica: skip, third, second e lead, cada uma com responsabilidades bem definidas.

No Brasil, a curiosidade pelo esporte parte do estranhamento de usar uma espécie de vassoura no gelo. Crédito: Olympics.com/Divulgação

O skip é o capitão do time e é responsável por definir a estratégia geral, direcionando os lançamentos e as varreduras dos outros jogadores. O third, também conhecido como vice-skip, auxilia o skip na tomada de decisões estratégicas e assume a liderança quando o skip lança suas pedras. O second e o lead são responsáveis por lançar as pedras iniciais da equipe e desempenham um papel crucial nas táticas defensivas e ofensivas.

A comunicação e o trabalho em equipe são fundamentais no curling. Os jogadores precisam coordenar suas ações para garantir que cada pedra seja lançada com a força e direção corretas. Durante o jogo, os companheiros de equipe utilizam vassouras para varrer o gelo na frente da pedra em movimento, uma técnica que pode reduzir o atrito e alterar sua trajetória e velocidade. Esse processo de varredura é essencial para controlar a distância e a curva da pedra.

A física desempenha um papel crucial no curling, especialmente na dinâmica do movimento das pedras. Ao lançar a pedra, os jogadores aplicam um leve giro que causa um efeito “curl”, ou curva, na trajetória. As táticas envolvem tanto a colocação precisa das pedras no house quanto a remoção ou bloqueio das pedras adversárias. Estratégias como o “guard” (proteção de pedras), “takeout” (remoção de pedras) e o “draw” (posicionamento de pedras) são usadas para ganhar vantagem sobre o adversário.

A habilidade de um time em executar essas táticas com precisão e coordenação é o que frequentemente determina o sucesso no curling. A combinação de habilidades individuais, comunicação eficaz e estratégias bem elaboradas torna o curling um esporte complexo e fascinante.

Curling de Cadeira de Rodas

O curling de cadeira de rodas é uma variante inclusiva do curling, especialmente adaptada para pessoas com deficiência. Esta modalidade do esporte mantém a essência do curling tradicional, ao mesmo tempo em que introduz modificações significativas para garantir a acessibilidade e a competitividade entre os atletas. Uma das principais diferenças no curling de cadeira de rodas é a ausência de varredura. No curling convencional, a varredura é uma técnica essencial que altera a trajetória e a velocidade da pedra. No entanto, no curling de cadeira de rodas, essa técnica é eliminada, exigindo uma precisão ainda maior no lançamento da pedra.

Para compensar a ausência de varredura, os atletas utilizam dispositivos de lançamento, conhecidos como sticks. Esses dispositivos permitem que os jogadores lancem a pedra com a força e a direção necessárias, enquanto permanecem em suas cadeiras de rodas. Esta adaptação não só facilita a participação de atletas com deficiência, mas também adiciona um elemento de estratégia e habilidade único ao esporte.

O curling de cadeira de rodas foi introduzido nos Jogos Paralímpicos de Inverno pela primeira vez em Turim, em 2006. Desde então, o esporte tem crescido em popularidade e prestígio, com competições internacionais atraindo equipes de todo o mundo.

dungo

Jornalista, corredor e admirador da cidade maravilhosa

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