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Alison dos Santos fica em 7º lugar no Mundial com recorde sub-20 nos 400 m com barreiras

O atleta de apenas 19 anos participou de uma prova fortíssima

Ele bateu seu recorde pessoal. Crédito: Wagner Carmo/CBAt

Alison dos Santos obteve um bom resultado para o Brasil nesta segunda-feira (30/9), no quarto dia de competições do Mundial de Atletismo de Doha, Catar, ao terminar na sétima posição nos 400 m com barreiras em 48.28, sua melhor marca pessoal e recorde sul-americano sub-20. O paulista de São Joaquim da Barra, de apenas 19 anos, melhorou novamente o seu tempo – havia feito 48.35 na semifinal de sábado (28/9), no Estádio Internacional Khalifa. Foi a sétima vez que o jovem barreirista fez sua melhor marca pessoal no ano.

Alison, que tem apelido de Pio, correu entre atletas consagrados, três sub-47 na prova. A final dos 400 m com barreiras era uma das mais esperadas do dia, pela presença do campeão mundial e número dois da história, o norueguês Karsten Warholm (46.72), do norte-americano Ray Benjamin, quarto na história (46.98), e do ídolo local Abderrahman Samba (46.98 é sua melhor marca). Eles confirmaram o favoritismo: ouro para Warholm (47.42), prata para Benjamin (47.66) e bronze para Samba (48.03).

Mas Alison confirmou que é um atleta em grande evolução. Bateu sete vezes este ano o recorde sul-americano dos 400 m com barreiras sub-20, os dois últimos na qualificação e na final do Mundial de Doha: 48:35 e 48.28. A evolução dos tempos: 49.48 no Bryan Clay Internacional, em Azusa (EUA); 48.84 no GP Brasil Caixa, em Bragança Paulista (SP); 48:57 na Universíade de Nápoles (ITA); 48.49 no Campeonato Pan-Americano de San José (COR); e 48.45 no Pan-Americano de Lima (PER). A marca desta final de Doha – 48.28 – confirma Alison em primeiro lugar no Ranking Mundial Sub-20 e em sétimo no adulto. “Estou muito feliz com a o resultado e a competição que eu fiz, mas saio daqui com um gostinho de quero mais. A atmosfera é incrível, a maior competição que participei de minha vida. Saio feliz, mas sei que poderia ter feito melhor”, disse.

Alison (Pinheiros) fez uma mudança na técnica da prova com o seu técnico Felipe de Siqueira ao diminuir para 12 passadas a corrida entre a quarta e a quinta barreiras. “Acabei errando um pouquinho no final num campeonato que é cansativo, de três ‘tiros’ de alto nível. A mudança foi gratificante, tanto que melhorou a nossa marca, mas ainda tenho muito o que trabalhar.”

Preferiu não fazer projeções para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. “Eu vou viver ano por ano, temporada por temporada”, afirmou.

Tifani está nas semifinais. Crédito: Wagner Carmo/CBAt

Tiffani vai bem nos 400 m – Outro bom resultado para o Brasil no quarto dia de provas do Mundial veio com a jovem Tiffani Marinho (Orcampi), de 20 anos, que correu os 400 m numa bateria forte e cruzou em 4º com 51.96, sua segunda melhor marca este ano (fez 51.81 em agosto, em Bragança Paulista), na pista do Estádio Internacional Khalifa. A carioca Tiffani, que treina com Evandro Lazari em Campinas (SP), encarou uma série de três ‘tiros’ de 400 metros em três dias porque correu também a qualificação e a final do revezamento 4×400 m misto.

O organização anunciou a desqualificação da norte-americana Shakima Wimbley, terceira colocada na bateria da brasileira, por pisar na linha, e a qualificação automática de Tiffani para a semifinal (subiria de 4º para 3º lugar). Mas poucos minutos depois o nome de Shakima Wimbley voltou para a relação das classificadas. A delegação brasileira recorreu, mas o protesto foi negado.

“Não tive muito o que fazer para a recuperação, após uma sequência de tiros intensos, ainda mais para quem está em seu primeiro Mundial. Estou feliz com esse 51.96, que é o meu segundo 51 segundos na vida. O que eu queria era melhorar a minha marca pessoal, mas se minha temporada acabasse hoje eu estaria feliz.”

Demais provas – No Grupo A do lançamento do dardo nenhuma atleta conseguiu atingir o índice de qualificação, de 63 metros. A cearense Laila Ferrer da Silva (Pinheiros) fez 55,49 m, ficou em 14º no grupo e não avançou para a decisão. Apenas uma atleta chegou ao índice de 63 m, no Grupo B: a chinesa Shiying Liu (63,48 m). 

“A pedida (da marca de classificação) foi alta para todo mundo. Mas eu não acertei – estou numa transição de treinador (para o cubano Justo Navarro) e também com o cotovelo um pouco ruim. Mas não é desculpa. Mas estou treinando e ainda tem competição pela frente”, disse Laila, que disputará o 7º Jogos Mundiais Militares, em Wuhan, na China, de 18 a 27 de outubro.

Nos 200 m Vitória Rosa (Pinheiros) foi a última colocada da 4ª série, 41ª no geral, com 23.81 (0.7 m/s) – sua melhor marca é 22.62, deste ano de 2019. Vitória sofreu uma lesão, antes do Troféu Brasil, que atrapalhou seu treinamento na fase final de preparação. “Não foi da forma que eu esperava, mas bola para frente! Meu maior objetivo aqui é a classificação do revezamento 4×100 m”, afirmou Vitória Rosa, de 23 anos.

A carioca Lorraine Martins (CT-DEO), de 19 anos, correu os 200 m em 23.56 (0.8 m/s) e ficou em 38º na classificação geral. “Sou grata pela oportunidade da minha primeira experiência em um Mundial e vamos focar no revezamento”, confirmou Lorraine.

Os brasileiros Gabriel Constantino e Eduardo de Deus foram mal na qualificação dos 110 m com barreiras. Gabriel foi desqualificado e Eduardo o 32º no geral, com 13.92 (0.5 m/s). “Acabei batendo muito nas barreiras e fiz um tempo alto. Estou insatisfeito porque buscava o meu melhor tempo no ano”, comentou Eduardo de Deus

dungo

Jornalista, corredor e admirador da cidade maravilhosa

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