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O Que é Atletismo Paralímpico? Tudo Sobre a Modalidade e Seus Atletas

Introdução ao Atletismo Paralímpico

O atletismo paralímpico é uma modalidade esportiva adaptada que oferece oportunidades para atletas com deficiências físicas, visuais e intelectuais. Este esporte é uma parte fundamental do movimento paralímpico, que busca promover a inclusão e a superação de desafios. A prática do atletismo paralímpico vai além da competição; ela desempenha um papel crucial na reabilitação e no desenvolvimento pessoal dos atletas.

Embora o atletismo paralímpico compartilhe muitas das mesmas disciplinas do atletismo convencional, como corridas, saltos e lançamentos, ele exige adaptações específicas para atender às necessidades dos atletas. Essas adaptações podem incluir o uso de próteses, cadeiras de rodas, guias para atletas com deficiência visual e outras tecnologias assistivas. Essas modificações são essenciais para garantir que todos os competidores tenham as mesmas oportunidades de sucesso.

O atletismo paralímpico tem várias finais em diversas categorias o que aumenta a chance de medalhas

Classificações no Atletismo Paralímpico

No atletismo paralímpico, os atletas são classificados em diferentes categorias com base nas suas deficiências físicas, visuais e intelectuais. Esta classificação visa garantir a equidade nas competições, permitindo que os atletas compitam com outros de habilidades similares.

As deficiências físicas incluem amputações, paralisias e outras condições que afetam a mobilidade. Atletas com amputações, por exemplo, podem usar próteses específicas para correr ou saltar. Já aqueles com paralisias podem competir em cadeiras de rodas projetadas para provas de velocidade e resistência.

Os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência constatado pela classificação funcional. Os que disputam provas de pista e de rua (velocidade, meio-fundo, fundo e maratona) e saltos (altura, triplo e distância) levam a letra T (de track) em sua classe. As competições de campo levam a letra F. Quanto menor a numeração, maior o grau de deficiência.

ClassificaçãoDescrição
FAtletas de campo (Field)
TAtletas de pista (track)
11 a 13Deficientes visuais (a 11 é obrigatório o atleta guia, 12 opcional e 13 é proibido)
20Deficiência intelectual
31 a 38Paralisia cerebral (31 a 34 para cadeirantes; 35 a 38 para andantes)
40 a 41Baixa estatura
42 a 44Deficiência nos membros inferiores sem a utilização de prótese
45 a 47Deficiência nos membros superiores
51 a 54Competem em cadeiras de rodas
61 a 64Amputados de membros inferiores com prótese
Fonte: CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro)

História do Atletismo nos Jogos Paralímpicos

O atletismo paralímpico teve sua estreia nos Jogos Paralímpicos em Roma, no ano de 1960. Desde então, essa modalidade tem crescido exponencialmente em termos de popularidade e competitividade. Naquela primeira edição, participaram apenas 400 atletas de 23 países, competindo em um número limitado de eventos. No entanto, a inclusão do atletismo nos Jogos Paralímpicos marcou o início de uma trajetória de evolução contínua.

Petrúcio Ferreira é dono de cinco medalhas paralímpicas. Crédito: Site CPB

Ao longo dos anos, as regras e as categorias do atletismo paralímpico foram sendo aprimoradas para melhor atender às necessidades dos atletas com deficiência. A classificação funcional, que agrupa os atletas de acordo com o tipo e o grau de deficiência, foi desenvolvida para garantir uma competição justa e equilibrada. Com o tempo, o número de categorias aumentou, permitindo uma maior inclusão e diversificação dos participantes.

Na medida em que os Jogos Paralímpicos se tornaram mais conhecidos, a participação de atletas também cresceu significativamente. Na edição de Tóquio 2020, por exemplo, mais de 4.400 atletas de cerca de 160 países competiram em diversas modalidades, sendo o atletismo uma das mais disputadas. Este crescimento reflete o aumento da visibilidade e do reconhecimento dos atletas paralímpicos, que se tornaram verdadeiros exemplos de superação e dedicação.

Atletas de Destaque no Atletismo Paralímpico

Therezinha Guilhermina ficou conhecida como a cega mais rápida do mundo. Crédito: Cezar Loureiro/MPIX/CPB

O atletismo paralímpico é um campo repleto de talentos extraordinários, e alguns atletas se destacam não apenas por seus recordes e conquistas, mas também por seu impacto na promoção do esporte e na quebra de preconceitos. O Brasil tem a impressionante marca de 170 medalhas paralímpicas sendo 8 de ouro, 70 de prata e 52 de bronze até a edição de Tóquio. Em destaque, Terezinha Guilhermina é uma figura proeminente. Conhecida como a “mulher mais rápida do mundo” em sua categoria, Terezinha acumula várias medalhas de ouro em Campeonatos Mundiais e Jogos Paralímpicos, destacando-se nas provas de 100m, 200m e 400m para atletas com deficiência visual.

Outro nome relevante é Alan Fonteles, que ganhou notoriedade ao vencer o sul-africano Oscar Pistorius nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, conquistando a medalha de ouro nos 200m T44. Alan é um exemplo de superação e habilidade, inspirando muitos atletas ao redor do mundo. A trajetória de Petrúcio Ferreira é igualmente impressionante. Ele é o atual recordista mundial dos 100m e 200m na classe T47 e coleciona medalhas de ouro em campeonatos mundiais e paralímpicos.

Apesar de ter ido parar na cadeia por assassinar sua namorada, Oscar Pistorius competiu em jogos paralímpicos e olímpicos. Crédito: Site G7 news

Yohansson Nascimento é outro destaque brasileiro, com múltiplas medalhas em Jogos Paralímpicos e Campeonatos Mundiais. Sua atuação versátil nas provas de velocidade e sua dedicação ao esporte lhe renderam reconhecimento internacional. No cenário mundial, o sul-africano Oscar Pistorius, apesar das controvérsias, foi pioneiro ao competir tanto em eventos paralímpicos quanto olímpicos, promovendo uma nova percepção sobre a capacidade de atletas com próteses.

Markus Rehm, o “Blade Jumper”, é conhecido por suas conquistas no salto em distância. Ele quebrou o recorde mundial paralímpico e tem sido uma voz ativa na promoção da inclusão no esporte.

dungo

Jornalista, corredor e admirador da cidade maravilhosa

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