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O que é Badminton Paralímpico?

O badminton paralímpico é uma modalidade esportiva adaptada do badminton tradicional, projetada para atletas com deficiências físicas. Este esporte combina elementos essenciais como velocidade, agilidade e estratégia, sendo jogado em quadras que, à primeira vista, parecem idênticas às do badminton convencional. No entanto, existem adaptações específicas que levam em consideração as diferentes categorias de deficiência dos atletas.

As regras básicas do badminton paralímpico são similares às do badminton convencional. O objetivo do jogo é acertar a peteca no campo adversário sem que o oponente consiga devolvê-la. As partidas são disputadas em melhor de três sets, e cada set é vencido pelo jogador ou dupla que primeiro alcançar 21 pontos, desde que haja uma diferença mínima de dois pontos.

O Badminton paralímpico segue a pontuação e regras do badminton e só é adaptado para as classes funcionais para maior equilíbrio

Os equipamentos utilizados no badminton paralímpico incluem uma raquete e uma peteca. A raquete deve ser leve e fácil de manusear, enquanto a peteca é composta de uma base de cortiça coberta por uma saia de penas ou material sintético. A quadra é dividida por uma rede, e o tamanho da quadra pode variar dependendo da classe funcional dos jogadores, com dimensões específicas para categorias de cadeirantes, por exemplo.

Uma das principais diferenças entre o badminton paralímpico e o convencional está nas adaptações feitas para acomodar as diversas categorias de deficiência dos atletas. Existem seis classes funcionais no badminton paralímpico, que são determinadas com base no tipo e grau de deficiência. Essas classes são divididas em duas principais: jogadores em cadeira de rodas e jogadores em pé. Cada classe tem suas próprias regras específicas, que podem incluir ajustes no tamanho da quadra, altura da rede e número de toques permitidos.

História do Badminton Paralímpico nos Jogos Paralímpicos

O badminton paralímpico fez sua estreia nos Jogos Paralímpicos de Tóquio em 2020, marcando um momento histórico para o esporte. Antes de sua inclusão nos Jogos Paralímpicos, o badminton já era praticado em diversas competições internacionais e regionais, proporcionando uma plataforma para atletas com deficiência demonstrarem suas habilidades. A trajetória até sua inclusão no programa paralímpico foi marcada por importantes eventos e campanhas de atletas e organizações que lutaram incansavelmente pelo reconhecimento do esporte.

Um marco significativo foi a realização do primeiro Campeonato Mundial de Badminton Para-Desporto em Dortmund, Alemanha, em 1998. Este evento estabeleceu um precedente, demonstrando o potencial e a popularidade do esporte. Ao longo dos anos, campeonatos regionais e mundiais continuaram a ser realizados, proporcionando aos atletas oportunidades de competir em alto nível e de se prepararem para a arena paralímpica.

Classes Funcionais no Badminton Paralímpico

No badminton paralímpico, a classificação dos atletas é essencial para garantir competições justas e equilibradas. Os atletas são divididos em classes funcionais com base no tipo e no grau de deficiência. As principais classes incluem WH1, WH2, SL3, SL4, SU5 e SH6. Cada uma dessas classes tem critérios específicos de classificação, que são utilizados para determinar a elegibilidade dos atletas e para agrupar competidores com capacidades funcionais semelhantes.

WH1 e WH2

As classes WH1 e WH2 são destinadas a atletas que competem em cadeiras de rodas. A classe WH1 é para aqueles com maior limitação em mobilidade do tronco e função dos membros inferiores, enquanto a classe WH2 abrange atletas com melhor controle do tronco e funcionalidade dos membros superiores. As competições são organizadas de forma que os atletas possam competir de maneira justa, levando em consideração essas diferenças funcionais.

SL3 e SL4

As classes SL3 e SL4 são para atletas com deficiências nos membros inferiores. A classe SL3 inclui aqueles com deficiências mais severas que afetam significativamente a mobilidade e o equilíbrio, enquanto a classe SL4 é para atletas com menor grau de deficiência, que mantêm uma mobilidade relativamente melhor. A segmentação dessas classes permite que as competições sejam mais equilibradas, refletindo as habilidades funcionais dos atletas.

SU5

A classe SU5 é destinada a atletas com deficiências nos membros superiores. Esses atletas podem ter limitações em um ou ambos os braços, o que afeta sua capacidade de manusear a raquete e realizar movimentos precisos. A classificação SU5 garante que os atletas competem com outros que têm limitações semelhantes, assegurando uma competição justa.

SH6

Por fim, a classe SH6 é para atletas de baixa estatura, geralmente resultante de condições como acondroplasia. Essa classe permite que atletas com estatura reduzida possam competir em igualdade de condições com outros que possuem características físicas semelhantes. As competições são ajustadas para considerar as diferentes necessidades e capacidades dos atletas nesta classe.

O Badminton paralímpico também possui a categoria SI para atletas com deficiência intelectual, porém esta classe não faz parte do programa dos jogos.

Atletas de Destaque no Badminton Paralímpico

O britânico Daniel Bethell é campeão mundial e paralímpico. Crédito: Divulgação Comitê paralímpico Britânico

No cenário do badminton paralímpico, alguns atletas se destacam por suas trajetórias impressionantes, conquistas notáveis e contribuições significativas ao esporte. Entre eles, Daniel Bethell, do Reino Unido, é um dos nomes mais reconhecidos mundialmente. Bethell conquistou a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e é o atual campeão mundial na categoria SL3, que inclui atletas com deficiência física nas pernas. Sua dedicação e habilidades excepcionais no badminton paralímpico o tornaram uma inspiração global, motivando novos praticantes a se dedicarem ao esporte.

Outro nome de relevância é Léonice Huet, da França. Huet tem se destacado não apenas por suas conquistas, como a medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, mas também por sua persistência e paixão pelo badminton. Competindo na categoria WH2, que engloba atletas em cadeiras de rodas, Huet é um exemplo de como a superação de desafios pode levar a grandes êxitos. Sua trajetória é marcada por um compromisso contínuo com o crescimento do esporte e a representação de seu país em competições internacionais.

Esses atletas são mais do que apenas campeões em suas respectivas categorias; eles são modelos de perseverança, resiliência e paixão. Suas histórias de vida e carreira no badminton paralímpico servem como uma fonte de inspiração para novos atletas, mostrando que, independentemente das limitações físicas, é possível alcançar grandes feitos no esporte. Além de suas conquistas pessoais, Bethell e Huet contribuem significativamente para a visibilidade e o desenvolvimento do badminton paralímpico, incentivando a inclusão e a igualdade no esporte.

dungo

Jornalista, corredor e admirador da cidade maravilhosa

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