O Que é Tiro com Arco Paralímpico? História, Classes Funcionais e Atletas de Destaque
O tiro com arco paralímpico é uma modalidade esportiva adaptada para atender às necessidades de atletas com deficiências físicas. Este esporte é uma derivação do tiro com arco convencional, adaptado para incluir uma gama mais ampla de participantes, proporcionando uma experiência esportiva inclusiva e competitiva. A prática do tiro com arco paralímpico envolve o uso de arcos compostos ou recurvos, dependendo das preferências e habilidades individuais dos atletas.
História e Inclusão nos Jogos Paralímpicos
O tiro com arco tem uma longa e rica história que remonta a milhares de anos. Originalmente utilizado para caça e guerra, o esporte evoluiu ao longo do tempo para se tornar uma disciplina competitiva. A transição do tiro com arco para o cenário esportivo moderno ocorreu no final do século XIX. No entanto, foi apenas após a Segunda Guerra Mundial que o esporte começou a ser adaptado para pessoas com deficiência.
A inclusão do tiro com arco nos Jogos Paralímpicos é um marco significativo na história do esporte. Esse processo começou com a fundação dos Jogos de Stoke Mandeville em 1948, organizados pelo Dr. Ludwig Guttmann, que são considerados os precursores dos Jogos Paralímpicos modernos. O tiro com arco foi uma das primeiras modalidades a ser incluída nesses jogos, refletindo a sua adaptabilidade e o seu potencial para ser praticado por atletas com diferentes tipos de deficiência.
Os Jogos Paralímpicos de Roma, em 1960, marcaram a estreia oficial do tiro com arco como uma modalidade paralímpica. Desde então, o esporte tem crescido em popularidade e sofisticação. Ao longo das décadas, várias mudanças significativas foram introduzidas nas regras e na organização das competições para garantir um campo de jogo mais justo e inclusivo para todos os atletas. Por exemplo, a classificação funcional foi desenvolvida para agrupar os atletas com base em suas habilidades e não apenas na sua deficiência.
Classes Funcionais no Tiro com Arco Paralímpico
No tiro com arco paralímpico, os atletas são organizados em diferentes classes funcionais para garantir uma competição justa e equilibrada. Essas classes são determinadas com base nas habilidades físicas dos participantes, permitindo que eles compitam contra outros com níveis de capacidade similares. O processo de classificação funcional é essencial para manter a integridade esportiva e proporcionar igualdade de oportunidades para todos os arqueiros.
No tiro com arco, os atletas são divididos em três grupos de classes, que se diferenciam pelas capacidades do atleta de ficar em pé e/ou de locomoção nos braços e tronco: W1 e W2, OPEN (Arco recurvo e composto) e V1, V2 e V3.
W1 e W2 Para atletas com deficiências graves, em três ou quatro membros (braços e nas pernas)
OPEN (Arco recurvo e composto) Para atletas com deficiência em um membro (superior ou inferior) ou ainda em dois membros (inferiores ou superior e inferior do mesmo lado)
V1, V2 e V3 Para atletas com deficiência visual (porém, não integram o programa dos Jogos Paralímpicos)
Atletas de Destaque no Tiro com Arco Paralímpico
O tiro com arco paralímpico tem sido palco de impressionantes talentos que não apenas conquistaram medalhas, mas também inspiraram uma nova geração de atletas. Entre os nomes mais célebres está Zahra Nemati, do Irã, que se tornou a primeira mulher a ganhar uma medalha de ouro tanto nos Jogos Paralímpicos quanto nos Jogos Olímpicos. Sua jornada é um exemplo de resiliência e perseverança, motivando muitos a seguir seus passos no esporte.
Outro exemplo notável é o britânico John Stubbs, que tem uma carreira recheada de conquistas, incluindo o ouro nos Jogos Paralímpicos de Pequim em 2008 e uma prata em 2016 no Rio de Janeiro. Stubbs começou no tiro com arco após um acidente de motocicleta que resultou na amputação de uma das pernas. Sua determinação e habilidade servem como um farol para muitos atletas com deficiência.
O italiano Alberto Simonelli também merece destaque. Simonelli, que compete na classe W1, é um recordista mundial e medalhista paralímpico. Sua consistência e excelência em competições internacionais solidificaram sua posição como um dos melhores arqueiros paralímpicos do mundo. Em sua carreira, ele acumulou múltiplas medalhas, incluindo uma prata nos Jogos Paralímpicos do Rio em 2016.
Entre as mulheres, o nome de Eleonora Sarti, também da Itália, é sinônimo de sucesso no tiro com arco paralímpico. Sarti, que compete na classe CO, não só ganhou várias medalhas em campeonatos mundiais, mas também quebrou recordes, contribuindo significativamente para a popularidade do esporte em seu país.